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O que levar em consideração ao escolher a escola do seu filho?

Atualizado: 1 de jul. de 2021

A função da escola é, além de oportunizar o conhecimento, ser um espaço de interação social seguro e saudável para que a criança possa estabelecer e fortalecer vínculos afetivos e também possa se relacionar e resolver suas questões básicas no dia a dia. Portanto, a escola trabalha em duas grandes frentes: conhecimento e relações.

Bem, a grande questão é que, quando os pais visitam as escolas, o discurso de quem apresenta a escola é sempre muito semelhante e, as famílias, que não estão em contato com teorias educacionais e nomenclaturas específicas, acabam ficando com as mesmas dúvidas que tinham ao iniciar a conversa.

Aqui está a primeira questão que quero abordar sobre perfil de escola.

As escolas têm algumas diferenças bem básicas entre elas. Citarei três, que considero relevantes para o momento.

1ª A concepção da escola sobre como se aprende.

O conhecimento é construído ou transmitido? Conhecimento construído é quando, no dia a dia, o professor parte do que a criança já sabe e instiga-a a buscar respostas para situações concretas, no nível de compreensão da criança. Sabemos que as crianças têm e fazem muitas perguntas. Estas perguntas são absorvidas pelos professores em sala? Se sim, a escola tem a perspectiva de construção do conhecimento e essa perspectiva leva o estudante a desenvolver-se de forma mais autônoma e responsável. Por outro lado, quando a escola tem a perspectiva do conhecimento transmitido, “o professor sabe tudo” e a criança tem que aprender no tempo em que o professor disponibiliza os assuntos que ele deverá aprender. Como é possível perceber isso no dia a dia? Normalmente a escola segue rigorosamente livros, apostilas e textos prontos. As crianças precisam copiar muito e devolver respostas prontas nas provas. Há pouca interação entre as crianças e, ao final, a criança é cobrança por um desempenho estabelecido pela escola. Isto pode gerar angústias nas crianças e sensação de não estar no nível exigido pela escola.

2ª A forma como a escola cuida da saúde das crianças.

Durante o turno em que a criança está na escola, há diferentes espaços para a criança frequentar? Por exemplo: há espaço ao ar livre? Há espaço seguro para atividades corporais? Há espaço para arte e manifestações culturais das crianças? Onde as crianças fazem o seu lanche? Como é a rotina das crianças?

Quando estas perguntas são respondidas de forma concreta, mesmo que os espaços físicos sejam simples, eles existem na escola e você perceber que eles são utilizados, é grande chance dessa escola estar atenta a saúde da criança como um todo. A a concepção da escola estará concentrada na prática de que a criança aprende o tempo todo, inclusive quando ela faz sua higiene pessoal e quando ela brinca livremente, por exemplo.

3ª Como a escola expressa a avaliação da criança.

As perguntas fundamentais que precisam ser feitas: há espaços formais de devolutiva para a família sobre o processo de aprendizagem da criança? Quais são os critérios utilizados: há provas? Como elas são? As crianças são avaliadas por outras formas? Quais? Em que momentos? Há espaço para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais ou somente conteúdos formais e acadêmicos? Se possível, peça para ver a forma como esta avaliação é expressa, se por um relatório ou por notas? Quando a escola tem um processo de avaliar de forma mais ampla e apresenta relatórios, para demostrar a aprendizagem da criança, isto pode ser um sinal de uma escola que compreende a avaliação como momento de feedback das aprendizagens e não meramente uma forma de medir um conhecimento pontual. É importante também observar se as crianças são desafiadas para resolver problemas nos momentos de avaliações ou se basta responder certo e errado. Neste ponto da avaliação da aprendizagem é necessário perguntar sobre projetos em que as crianças se envolvem e quais os objetivos destes.

Além destes três pontos que abordei acima,

existe uma outra dimensão importante em que é possível avaliar a escola:

a forma como você está sendo atendido no momento da conversa. Este ponto exige do adulto aquela sensibilidade em perceber a empatia e a transparência nas informações. Lembrando que educar não é algo simples e que sempre haverá conflitos a serem administrados. Deixo aqui uma outra questão fundamental: como a escola se comunica? Há uma sistemática de diálogo firme, segura e sem violência? Lembrando que há muitas formas de estabelecer a comunicação. Mas este é um tema para um novo texto, em uma próxima abordagem. Até lá.

Prof.ª Dr.ª Janete Cardoso

Professora, mentora educacional, pedagoga, doutora em educação pela PUCRS.




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